Inovar é uma palavra de ordem na maioria das organizações modernas. Hoje é uma condição Sine qua non para qualquer empresa que queira sobreviver no mercado de grande competição. Essa competição exige um conhecimento maior do mercado visando entender melhor quais são suas demandas e assim adaptar os produtos (serviços) às exigências de seus clientes.
Para Peter Drucker, a maioria das empresas, em vias de regras, não obtêm êxito em seu negócio por ficarem presas a produto e/ou serviços que foram sucesso no passado. Segundo Drucker “os executivos que não conseguem descartar os negócios lucrativos do passado, apesar dos sinais crescentes de fracasso iminente, serão responsabilizados pela má execução do futuro”.
Porém, ao se tratar do tema inovação, é comum ver a conexão do tema à invenção. E isso não é uma verdade absoluta. Nem sempre inovar é inventar. Analisando as empresas inovadoras como Apple, Google, dentre outras, é possível perceber que algumas inovações lançadas já existiam no mercado, apesar disso foram criadas forma diferentes para se realizar o novo negócio. Um bom exemplo seria o Circo de Soleil. Eles inventaram o circo? Inventaram picadeiro? Inventaram o malabarismo? Contudo criaram algo totalmente inovador que, até hoje, existe uma certa dificuldade de surgir um concorrente.
Estudando o contexto histórico de inovação, observa-se que no início com a teoria de desenvolvimento de Joseph Schumpeter , o autor apresenta o conceito de “fluxo circular”, onde a economia transcorre de forma natural e sem modificação; ou seja, todos os bens que são produzidos, serão consumidos.
Para Schumpeter “o sistema econômico não se modificará arbitrariamente por iniciativa própria, mas estará sempre vinculado ao estado precedente dos negócios”. É aí que surgem as inovações. Para que haja um crescimento econômico é necessário que algo novo aconteça e interrompa esse fluxo circular.
Nesse contexto a inovação acontecia de dentro para fora. Eram as organizações que “ditavam as regras” da inovação. Contudo, é de suma importância entender que naquele tempo o mercado era ainda incipiente, ou seja, poucas empresas e quase nenhuma concorrência.
Mais adiante no tempo, o conceito de inovação veio se adaptando com as mudanças que aconteceram no mercado em nas organizações. O conceito de inovação pode variar dependendo da área em que se estuda. Segundo Tomael, Alcará e Chiara (2005), na área mercadológica, por exemplo, será considerada qualquer modificação percebida pelo usuário, mesmo que não se faça nada que modifique fisicamente o produto. Na área de produção a inovação seria introduzir novidades materializadas em produtos, processos e serviços, novos ou modificados.
Em contraponto com Schumpeter, Peter Drucker já por volta de 1950, demonstra que com o crescimento da concorrência no mercado a preocupação dos gestores deve ser outra. Não é mais a empresa quem criará as inovações e as colocará para que o mercado as compre. Segundo ele, a concorrência acirrada dá ao cliente o poder de transformar o mercado, ou seja, é ele quem define o que compra e a qualidade do produto que pretende comprar.
Assim sendo, cabe então às organizações, como dito anteriormente, conhecerem o seu cliente melhor para poder atender as suas expectativas. Para Drucker, o poder nesse momento está nas mãos do mercado. Segundo ele “o produto/serviço certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço adequado e no momento oportuno, fará os esforços de vendas a se reduzirem a quase nulo”.
Nesse ponto o conceito de inovação passa a estar ligado diretamente a Informação e conhecimento. Para alcançar o sucesso novo mercado é necessário as organizações conhecerem bem as reais necessidade de seus clientes, buscando assim desenvolverem soluções inovadoras que as diferencie de seus concorrentes.
O Conceito de inovação tomou portanto um novo rumo, conforme visto em Giroletti , Lima e Patah (2012), onde inovar é “a criação de um novo conhecimento ou a combinação de saberes existentes que podem ser transformados em novos produtos ou processos que tenham valor econômico”.
E como fazer isso?
A resposta está no mercado, no grau de informações que os gestores precisam obter para conhecer melhor as necessidades (demanda) de seus clientes. É preciso criar valor para os clientes. É preciso resolver algo que ele tenha de problema.
Na busca do valor é importante entender o ciclo da informação dentro da organização. O ciclo informacional inicia-se no momento em que se detecta uma necessidade de informação, ou seja, naquele momento em que se precisa, por exemplo, de uma informação para tomada de decisão. Após a perceber essa necessidade, o gestor (ou profissional que tomará a decisão) buscará as informações que o auxilie a solucionar o problema e tomar uma decisão precisa.
Neste momento, é primordial, para o profissional de informação, entender como o usuário buscará a(s) informação(ões) necessária(s), e como é possível acessá-la(s). Isso permitirá selecionar as informações consideradas úteis e, por fim, buscá-las nas fontes precisas, evitando com isso a coleta de informações irrelevantes que trariam uma perda de tempo e que ocupariam um espaço inútil nos sistemas de informação da organização. Segundo Marchand, Ketinger e Rollins (2001), a coleta de informações relevantes, além de evitar essa sobrecarga de informações, determinará também a forma como a empresa se organiza.
Após coleta, as informações devem ser classificadas, indexadas, focada nas necessidades dos usuários visando evitar futuros problemas na sua recuperação, o que tornaria o sistema ineficiente. A classificação tem por objetivo, além da organização a segurança das informações, pois somente assim poderá ser criada uma política de acesso às mesmas de acordo com as permissões dos usuários.
Após classificá-las é preciso armazená-las em sistemas que, posteriormente, permitam serem recuperadas de forma eficaz, consequentemente, melhorando o embasamento nas tomadas de decisão.
A manutenção (gerencia) das informações será essencial, pois facilitará a sua utilização por parte do seu usuário final. A correta manutenção economizará tempo e recursos, evitando informações irrelevantes, ou até mesmo uma recoleta de informações. E enfim o ciclo se fecha no momento em que o profissional faz o uso efetivo da informação.
Por fim é de suma importância que os gestores entendam a necessidade gestão de informação eficaz nas organizações. Mas como fazer isso? Esse já será o assunto do próximo artigo. Não perca.
Autor: Cláudio Pessoa